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Nesta terça-feira (25), a Rua da Guia, no bairro do Recife, foi palco de mais uma edição do “Boi Treloso”, bloco da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase). Com concentração em frente ao Empório Boi do Sertão, o desfile reuniu adolescentes, agentes e funcionários da instituição em uma celebração que reforçou a cultura pernambucana como instrumento de transformação social.

 

Criado há 11 anos no Casem Caruaru, o bloco nasceu de maneira simples, com um boi feito de papelão e instrumentos improvisados a partir de latas. Os adolescentes brincavam e dançavam pelas ruas de Caruaru, resgatando a tradição do bumba meu boi e demonstrando o impacto da cultura na transformação social.

 

A iniciativa ganhou força quando Vitória Barros, assessora técnica das casas de semiliberdade da Funase, viu o bloco e decidiu trazer o projeto para Recife. Com o apoio de voluntários, um novo boi e um estandarte foram confeccionados, elevando o nível da manifestação cultural. Com o passar dos anos, outras unidades da Funase passaram a integrar o bloco, que conquistou jovens, agentes e funcionários, tornando-se uma iniciativa institucionalizada dentro da socioeducação.

 

A ousadia de colocar o boi na rua para brincar se tornou um marco. A cada nova edição, a iniciativa cresce e recebe o apoio de pessoas que acreditam na integração social por meio da arte e da cultura. O Maracatu Fantástico A Cabra Alada, por exemplo, acompanha o desfile do Boi Treloso de forma totalmente voluntária, contribuindo para a musicalidade vibrante do bloco.

 

“Para nós, que vivemos e fazemos cultura, apoiar iniciativas inclusivas como a dos adolescentes da Funase é fundamental. O Boi Treloso já é do povo e crescerá ainda mais. Estaremos sempre ao lado de ações que promovam educação, ressocialização e inclusão.”, pontua Valdson Silva, diretor do Maracatu.

 

Mesmo sem muitos recursos, o Boi Treloso segue firme graças à solidariedade de diversos parceiros, que fazem doações e auxiliam na realização do evento. Um dos símbolos mais importantes do bloco, o Boi Treloso, foi confeccionado pelos adolescentes durante uma oficina em Bezerros, mostrando o impacto da arte na construção de novas habilidades e na autoestima dos jovens.

 

“A gente nunca desistiu de colocar o boi para brincar. Não tinha como. Vemos a alegria das pessoas em brincar, se divertir. Dentro da socioeducação que a gente acredita, a integração social acontece quando vemos dezenas de adolescentes brincando no bloco, na rua, em plena semana pré-carnaval com muita alegria, harmonia e paz”, destaca Vitória.

 

Para garantir a participação dos adolescentes no bloco, é necessário que eles mantenham bom comportamento dentro das unidades. Com 40 integrantes voluntários no maracatu, o evento promete manter viva a cultura popular e reforçar o compromisso da Funase com a ressocialização por meio da arte.

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