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Coluna da quarta-feira

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Enquanto João põe fim à Vila Esperança, Raquel se aproxima dos movimentos de luta por moradia

 

Inaugurada no último sábado (24), a Ponte Engenheiro Jaime Gusmão, que liga o bairro da Iputinga, na Zona Oeste do Recife, ao do Monteiro, na Zona Norte, tem sido extremamente celebrada pelo prefeito João Campos. A estrutura, prometida pelo ex-prefeito Geraldo Julio em 2012, passou anos paralisada, enfrentou denúncias de desvio de verbas e só está chegando à população mais de uma década depois.

 

A entrega feita pelo prefeito-candidato, porém, não custou pouco. E não estamos falando dos quase R$ 45 milhões usados para executar a obra. As famílias atingidas pelos serviços da ponte, moradoras da Comunidade Vila Esperança, no Monteiro, foram obrigadas a deixar suas casas e muitas delas sequer foram indenizadas por isso. Outras tantas até chegaram a receber para sair de seus lares, mas foram valores muito abaixo do que os praticados pelo mercado imobiliário da capital. O vereador Ivan Moraes Filho publicou nas suas redes sociais que houve quem recebeu apenas R$ 1.400 pela casa que levou uma vida inteira para construir.

 

O modo como o processo de construção da ponte foi realizado, sem qualquer diálogo com a comunidade, ocasionou uma série de protestos e litígios judiciais iniciados por quem, por não se sentir amparado pelo Executivo municipal, teve que ir em busca de outras instâncias para tentar fazer valer um direito que é seu. Esse modo de atuação destoa completamente do que vem sendo utilizado pela atual gestão estadual em questões envolvendo moradias.

 

Foi no governo de Raquel Lyra, por exemplo, que colocou-se um ponto final na disputa jurídica envolvendo os prédios-caixão do Grande Recife. Mesmo o Estado não tendo nenhum envolvimento com a questão, a gestora foi uma das protagonistas da articulação que levou o governo federal a elevar as indenizações aos mutuários desses imóveis de R$ 30 mil para R$ 120 mil.

 

A tucana também autorizou a doação de cinco terrenos do Estado para a construção de habitacionais de interesse social no âmbito do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) – Entidades. Por conta desse e de outros gestos, inclusive, Raquel vem recebendo homenagens de movimentos de luta por moradia, que têm reconhecido os esforços da gestora para reduzir o déficit habitacional do Estado.

 

Só para se ter uma ideia, apenas no Recife, até a primeira quinzena de agosto Pernambuco já havia aprovado 1.072 inscrições para o Entrada Garantida, modalidade do Programa Morar Bem PE que fornece subsídios de até R$ 20 mil para que famílias que ganham no máximo dois salários mínimos possam dar entrada no primeiro imóvel. Além disso, em um ano e meio de gestão Raquel realizou 2.617 regularizações fundiárias e entregou 272 imóveis que estavam com as obras paralisadas na capital pernambucana.

 

João Campos e o PSB erram quando, em nome do desenvolvimento, negligenciam a questão habitacional. Não há dúvida de que a nova ponte trará incontáveis benefícios aos recifenses, mas a população que residia naquela região não poderia ser prejudicada da forma como foi.

 

Descaso I: Durante sabatina no Porto Digital, Daniel Coelho criticou a gestão de João Campos, destacando a falta de uma política eficaz de drenagem urbana e o descaso com a reciclagem. Segundo Daniel, a cidade enfrenta 21 pontos críticos de alagamento, e apenas 1% dos resíduos é adequadamente reciclado. O candidato prometeu transformar o Recife Antigo em um modelo de sustentabilidade, com foco em inovação e urbanização sustentável.

 

Descaso II: Em sabatina, Daniel Coelho apontou falhas na administração de João Campos, destacando a ausência de investimentos em infraestrutura sustentável no Recife Antigo. O candidato criticou a gestão ambiental do atual prefeito, afirmando que o debate sobre reciclagem desapareceu nos últimos anos. Daniel propõe a criação de um comitê para enfrentar os impactos climáticos na cidade, priorizando soluções inovadoras e práticas ambientais modernas.

 

Corporativismo I: O presidente do STF, Luis Roberto Barroso, rejeitou o pedido de afastamento de Alexandre de Moraes no caso do vazamento de mensagens de auxiliares. A decisão gerou críticas, já que a defesa de Eduardo Tagliaferro argumenta falta de imparcialidade. Barroso afirmou que não há indícios suficientes para justificar o impedimento, mantendo Moraes à frente do inquérito das fake news.

 

Corporativismo II: Barroso negou o impedimento de Alexandre de Moraes no caso do ‘vaza toga’, reforçando a posição do ministro no inquérito das fake news. A decisão foi criticada pela defesa de Eduardo Tagliaferro, que questiona a imparcialidade de Moraes. O presidente do STF, no entanto, afirmou que não existem elementos que justifiquem o afastamento do ministro.

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