Jaboatão em transformação
Jaboatão dos Guararapes, a segunda maior cidade de Pernambuco, sempre carregou o peso de seus problemas históricos: mobilidade precária, desigualdade urbana, saneamento deficitário e uma máquina pública que muitas vezes parecia incapaz de responder às demandas da população. Nos últimos anos, porém, a administração de Mano Medeiros conseguiu imprimir um novo ritmo, que começa a reposicionar o município dentro da Região Metropolitana do Recife. Não se trata de um milagre administrativo, tampouco de uma cidade que resolveu todos os seus dilemas. Mas é perceptível que houve avanços em áreas fundamentais e, talvez mais importante, uma mudança de postura que trouxe mais previsibilidade à gestão pública.
A recuperação da malha viária é um exemplo concreto. Durante décadas, as reclamações de ruas esburacadas e alagamentos constantes marcaram o cotidiano do jaboatonense. Investimentos recentes em pavimentação e drenagem não eliminaram o problema por completo, mas reduziram significativamente o impacto das chuvas e melhoraram a mobilidade urbana. É um resultado que pode ser visto e medido pela própria experiência do cidadão. Da mesma forma, a atenção à educação, com a expansão do ensino integral e a modernização da rede municipal, abriu uma janela de futuro para milhares de jovens. Mais do que escolas reformadas, há um esforço em atualizar o modelo de ensino, incorporar tecnologia e envolver a agricultura familiar no fornecimento da merenda, o que fortalece também a economia local.
Na saúde, a ampliação da cobertura da atenção básica e a modernização das unidades trouxeram um ganho imediato. Os mutirões de exames e cirurgias ajudaram a reduzir filas que pareciam eternas. É evidente que ainda há carências, mas o acesso ficou mais fácil e a sensação de abandono, que muitos moradores relatavam, deu lugar a um sistema mais próximo da população.
Outro aspecto relevante é o esforço em estimular o desenvolvimento econômico. A prefeitura tem buscado criar um ambiente menos burocrático para atrair investidores e apoiar pequenos empreendedores. São iniciativas que, se mantidas, podem diversificar a economia local, hoje ainda muito dependente do comércio e dos serviços. Além disso, embora em menor escala, também se observa uma preocupação crescente com a pauta ambiental. Programas de coleta seletiva e preservação de áreas verdes não resolveram os desafios da erosão costeira nem da ocupação irregular, mas apontam que a questão não está sendo ignorada.
O que diferencia a gestão de Mano Medeiros não é apenas a entrega de obras e programas, mas a tentativa de estabelecer uma visão de continuidade para a cidade. O jaboatonense, acostumado a promessas interrompidas a cada troca de governo, tem razões para cobrar mais e melhor. Ainda há muito a ser feito, e a administração atual será julgada não apenas pelo que já realizou, mas pela sua capacidade de consolidar os avanços e impedir retrocessos. No balanço, a cidade vive um momento de reconstrução. Os problemas não desapareceram, mas o horizonte deixou de ser de descrença absoluta e passou a carregar, um sentimento de que Jaboatão pode, enfim, trilhar um caminho mais estável e digno para sua população.
ELEIÇÃO – O cenário político em Pernambuco já se movimenta em ritmo acelerado, com articulações e pré-candidaturas sendo testadas. Jaboatão, pelo peso eleitoral, tende a ser peça-chave no xadrez do próximo ano.
EDUCAÇÃO – A adoção da tecnologia nas escolas municipais de Jaboatão deve servir de exemplo a outros municípios. Mais do que modernizar, trata-se de reduzir desigualdades digitais entre estudantes.
METROPOLITANA – Jaboatão não pode ser visto de forma isolada. Seus desafios de mobilidade, segurança e infraestrutura se conectam diretamente ao Recife e ao Cabo, exigindo soluções integradas e regionais.