Presidente afastado do União Brasil é o pricipal alvo da investigação. Ameaças de Bivar levantam suspeitas sobre incêndio em imóvel de Antonio Rueda.
O ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu há pouco autorizar a abertura de inquérito para investigação de prática de crimes de ameaça e incêndio nos quais constam como suspeito o deputado Luciano Bivar (PE), presidente afastado do partido União Brasil.
Bivar será investigado pela Polícia Federal a partir de representação da Procuradoria Geral da República (PGR), providência que chegou ao STF cerca de quarenta dias depois dos acontecimentos, largamente noticiados.
O deputado será investigado pelo crime de ameaças de morte feitas em telefonema ao vice-presidente do partido, advogado Antonio de Rueda, e também à sua família.
A conversa telefônica entre Bivar e Rueda se deu no viva-voz do seu aparelho, quando a esposa tomou a iniciativa de gravar esse momento. A gravação, perfeitamente audível, mostra Bivar exasperado e ameaçando o interlocutor e sua família.
Por decisão do ministro Nunes Marques, também será investigado o eventual envolvimento de Bivar nos incêndios criminosos que destruíram as casas de veraneio de Rueda e de sua irmã, em um condomínio de classe média localizado no litoral sul de Pernambuco. O deputado investigado também tem casa nesse condomínio.
Antonio de Rueda, novo presidente do União Brasil – Foto: redes sociais.
Eleição por unanimidade
A maioria da executiva nacional do União Brasil pretendia destituir Luciano Bivar da presidente do partido. no ano passado, mas fez opção por um acordo em que o deputado permaneceria no cargo até 29 de fevereiro, data de sua convenção nacional.
Às vésperas da convenção, quando Antonio de Rueda já estava escolhido por consenso para presidir o partido, Bivar desistiu de sair do cargo alegando ter sido “traído” etc, mantendo conversas privadas em tom ameaçador.
Parlamentares do União Brasil tentaram uma solução negociada para o problema e convenceram Bivar a conversar ao telefone com Rueda para apresentar alguma proposta. Mas, durante esse telefonema, Bivar preferiu ameaçar o correligionário aos gritos.
Após tentar impedir a convenção, Bivar percebeu que estava isolado no partido, que realizou eleição e escolheu Rueda para sua presidência por unanimidade.
Duas semanas depois, a executiva se reuniu e afastou Bivar do cargo enquanto os crimes seriam investigados, inclusive no plano interno. Esse afastamento possibilitou a Rueda assumir interinamente o comando do União Brasil, na condição de vice-presidente, até tomar posse no próprio mandato no início de maio.