Pais de crianças em tratamento para autismo, em clínicas credenciadas a planos e seguradoras de saúde, farão um protesto no próximo dia 31 de julho, segunda-feira. Eles denunciam o descredenciamento em massa de clínicas multidisciplinares e a suspensão dos atendentes terapêuticos (ATs). A mobilização deve durar em torno de duas horas e será pacífica. O local será a avenida Lins Petit, na Ilha do Leite, em frente ao centro administrativo da Unimed, à partir das 15h30.
O grupo pede a revogação da medida, anunciada pelos principais planos de saúde que atuam no estado e quer chamar atenção para os prejuízos que essa medida pode causar às crianças e adolescentes com TEA. O principal prejuízo é a quebra do vínculo terapêutico, que é a construção de uma relação de confiança entre o profissional e o paciente. “O plano tem a liberalidade de credenciar e descredenciar clínicas a seu critério, no entanto, quando estamos falando de direito dos autistas e o tratamento multidisciplinar, precisamos respeitar a necessidade de rotina e de previsibilidade das situações, como algo a ser levado em consideração ao trabalhar com autistas, pois são critérios de saúde que precisam ser respeitados, além da necessidade da formação desse vínculo terapêutico, que será rompido unilateralmente”, explica Franklin Façanha, advogado especialista em direito dos autistas.
As pessoas com autismo, pela condição, têm maior dificuldade nas interações sociais, pois precisam de rotinas pré-estabelecidas e previsibilidade. Para elas, essa quebra coloca em risco toda a evolução conquistada no tratamento. “Algumas dessas crianças e adolescentes são não-verbais, não sabem expressar sua insatisfação, chateação, ou algum tipo de incômodo que estejam sofrendo em frases e transformam isso em choro, automutilação ou acabam batendo nos outros para chamar a atenção”, desabafa o grupo de pais à frente da mobilização.