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Mais do mesmo: O anúncio do secretariado de João Campos não surpreende nem inova

 

A política tem o dom peculiar de transformar expectativas em decepções de forma quase instantânea. O anúncio dos primeiros nomes que irão compor o secretariado do prefeito reeleito João Campos para 2025 veio, mais uma vez, confirmar uma velha máxima: mudar para permanecer igual.

 

Os nomes apresentados – Fred Amancio (Educação), Pâmela Alves (Assistência Social e Combate à Fome) e Gilberto Prazeres (Gabinete de Imprensa) – são sinônimos de continuidade e pouca ousadia. São currículos robustos, sim, mas que representam o mesmo grupo político, a mesma forma de gestão e, inevitavelmente, os mesmos resultados.

 

Fred Amancio, que já ocupou praticamente todos os cargos possíveis na administração pública pernambucana, retorna à Secretaria de Educação com um discurso pronto sobre avanços e melhorias. Mas a realidade das escolas municipais, com infraestrutura precária e déficit de qualidade no ensino básico, contradiz qualquer narrativa otimista. Amancio já teve tempo suficiente para apresentar algo verdadeiramente transformador, mas, ao que parece, a aposta é repetir fórmulas desgastadas.

 

Pâmela Alves, com experiência em diferentes secretarias, é outro exemplo da dança das cadeiras característica de governos que não têm compromisso com inovação. Ao transitar entre Saúde, Turismo e agora Assistência Social, ela parece mais um curinga administrativo do que uma liderança com visão estratégica específica para uma das áreas mais sensíveis da gestão pública.

 

Por fim, Gilberto Prazeres permanece no Gabinete de Imprensa. Aqui, é difícil esperar qualquer mudança significativa. A comunicação institucional continuará funcionando como ferramenta de autopromoção, com narrativas cuidadosas para camuflar a falta de resultados concretos.

 

A grande questão que fica é: onde está o novo? Onde está o frescor que deveria acompanhar um segundo mandato? Se a composição do secretariado reflete o que será o governo, já podemos prever mais quatro anos de continuidade burocrática, sem ousadia e, principalmente, sem respostas efetivas para os desafios estruturais do Recife.

 

João Campos, que ainda carrega a aura de jovem político e o sobrenome que ecoa tradição, perdeu mais uma oportunidade de mostrar que sua gestão poderia romper com o ciclo vicioso de mesmices. Em vez de inovar, preferiu reforçar seu compromisso com um modelo de governança que já provou ter limites claros.

 

O Recife não precisa apenas de bons currículos; precisa de líderes capazes de romper padrões, questionar velhas práticas e, sobretudo, entregar resultados reais. Enquanto isso não acontece, resta à população assistir, mais uma vez, ao mesmo espetáculo de sempre, com os mesmos personagens, encenando o mesmo roteiro desgastado.

 

Foto: Marlon Diego/ Divulgação PCR

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