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Instituto Ricardo Brennand realiza exposição imersiva sobre Frans Post

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O Complexo de Arte da Várzea tem a mais completa coleção sobre o pintor, integrante da comitiva de Nassau no Brasil, entre 1637-1644. Foto: Leonardo Carvalho

 

Representativo. Um acervo necessário, parte da história do nosso país, do nosso Pernambuco. A coleção Frans Post e o Brasil Holandês, pertencente ao Instituto Ricardo Brennand, e ali acolhida desde a abertura do espaço em setembro de 2002, integrará a base da Exposição Frans Post: O Primeiro Olhar – Uma Imersão na Paisagem do Brasil Holandês. O público visitante, curiosos, pesquisadores, estudiosos, crianças e adolescentes em fase de descobertas escolares terão oportunidade de aprofundar um pouco mais de conhecimentos sobre o período holandês brasileiro e sobre o artista holandês, apontado como o primeiro pintor da paisagem brasileira e também considerado o primeiro paisagista das Américas.

 

A mostra acontecerá a partir desta terça-feira, dia 11 de junho, com uma abertura inicial exclusiva para visitação de alunos de oito escolas públicas selecionadas, através de edital para este objetivo. São cerca de 1000 privilegiados estudantes. É o centro cultural da Várzea intensificando essa troca de conhecimentos educativos já existente entre o InstitutoRB e o ensino público recifense. A exposição, no entanto, para o público em geral, seguirá do dia 12 de junho até 28 de julho em parceria com o Ministério da Cultura.

 

A exposição exibirá, de forma imersiva, a partir da adaptação de obras para o formato de projeções, com pinturas em movimento através da tecnologia, a considerada mais completa coleção do mundo de quadros de Frans Post, adquirida de várias partes do mundo, ao longo da vida do fundador do InstitutoRB, o saudoso Ricardo Brennand. A mostra vai retratar as fases do pintor e estará instalada na chamada Sala da Rainha, espaço reservado e privilegiado por ficar dentro da Pinacoteca do museu. Serão quadros, pinturas e projeções de gravuras daquele que foi um dos primeiros artistas a retratar as deslumbrantes paisagens do Brasil Holandês do século XVII, quando aqui chegou ainda jovem e encantado pela luminosidade do céu brasileiro.

 

O pintor, que chegou ao território brasileiro na comitiva de João Maurício de Nassau – Conde de Siegen, em 1637, viveu no país por sete anos e documentou cidades, vilas, povoações, costumes, fortes e a vida da sociedade açucareira. Ilustrou, por exemplo, o relatório de atividades de Nassau em terras da América, escrito por Caspar van Baerle e publicado em 1647. Deste período, o InstitutoRB tem ainda como principal testemunho a Tela Fort Frederik Hendrik. Uma curiosidade que integra a mostra e chama atenção é uma miniatura do navio Zutphen, que integrou a esquadra holandesa da Comitiva de Nassau e foi executada em madeira e com detalhes em tecido que integra a coleção do Instituto Ricardo Brennand, após doação feita pela Coleção Santander Brasil tempos atrás.

 

Raridades Expostas:

 

– Tela Fort Frederik Hendrik (1640): revela um panorama da ilha de Antônio Vaz, trazendo ao fundo o Fort Frederik Hendrik, conhecido como Forte das Cinco Pontas, onde se instala nos dias de hoje o Museu da Cidade do Recife. Primeira imagem pintada do Recife mostrando a ligação íntima do quadro com a cidade.

 

– Tela Paisagem de Várzea com (Séc. XVII): onde a natureza luxuriante serve de cenário a uma família de portugueses em viagem. O conjunto de figuras, tendo a frente o senhor rural montado em seu cavalo branco, acompanhado de sua mulher, carregada numa rede por dois escravos. Retrata a família patriarcal brasileira na primeira metade do século XVII.

 

– Tela Ruínas do Convento do Carmo em Olinda (1664): obra de elevado apuro, característica da terceira fase, em que o artista passa a repetir a mesma meia dúzia de temas, neste caso, as ruínas de Olinda, capital de Pernambuco incendiada pelos holandeses em novembro de 1631 e que permaneceu em ruínas durante o período no qual Frans Post viveu no Brasil (1637 a 1644).

 

– Gravura Mauritiopolis (1645): Gravura dupla, tomada dos arrecifes, retratando a povoação do porto do Recife e a Cidade Maurícia (Mauritsstadt), Pernambuco.

 

– Livro Barleus (1647): raríssimo e luxuoso exemplar colorido da primeira edição de 1647, com o frontispício decorado e o retrato de João Maurício de Nassau. Os exemplares aquarelados à mão são muito mais raros que os em preto e branco e alguns foram presenteados por Nassau a príncipes europeus. O livro contém 56 mapas e gravuras, a maioria destes de autoria de Frans Post. As 17 principais gravuras feitas por Frans Post demonstrando o local por onde os holandeses dominaram serão expostas em backlights e no livro virtual já existente na exposição do Brasil Holandês.

 

Sobre Frans Post

 

Frans Janszoon Post foi o primeiro grande paisagista erudito europeu que trabalhou em terras da América, o primeiro pintor flamengo a documentar em cores a paisagem brasileira e algumas paisagens da África. Deixou uma vasta obra da qual chegaram aos nossos dias pouco mais de 160 quadros pintados a óleo sobre tela ou sobre madeira.Nasceu na cidade de Haarlem, Holanda, em 1612, sendo filho do pintor de vitrais Jan Janszoon Post e de sua mulher Francyntie Peters. No Brasil, o jovem Frans Post tornou-se a memória visual do governador, transformando-se numa espécie de cronista da paisagem. Para isso acompanhou o Conde de Nassau em todas as suas viagens e campanhas militares, chegando até a registrar incursões de esquadras enviadas do Recife para a tomada das cidades de São Jorge da Mina, Forte Nassau, São Paulo de Luanda e ilha de São Tomé, na África.

 

O objetivo principal de Frans Post seria a documentação de cidades, vilas, povoações, costumes, construções civis e militares, cenas de batalhas navais e terrestres, que viriam a ilustrar um grande relatório das atividades do Governo do Conde de Nassau em terras da América, escrito por Caspar van Baerle e publicado em 1647.Os seus anos no Brasil, em contato direto com a natureza primitiva, longe dos estúdios e da paisagem europeia, o transformaram num artista singular, à margem dos grandes holandeses do seu tempo – Segher, Ruidael, van Goyen – que, vivendo ao redor de Rembrandt, copiavam sua técnica e eram influenciados pela mesma temática. As pinturas de Frans Post mais se assemelhavam com as de Koninck, particularmente pelas planícies verdes flutuando no horizonte, e com as de van der Hagen, de quem terá imitado a concatenação das ondulações do terreno e das matas, de modo a formar a alternância regular de manchas claras e escuras, características de sua obra final.

 

Patrocínio: Cimento Nacional, Ferreira Costa, Laboratório Cannone, Owens-Illinois e Novo Atacarejo

 

Serviço:

 

Exposição Frans Post: o primeiro olhar – uma imersão na paisagem do Brasil holandês
Onde: Instituto Ricardo Brennand, na Alameda Antônio Brennand, s/n, Várzea
Quando: De 11 de junho a 28 de julho
Horário: De terça a domingo a domingo, das 13h às 17h
Ingressos: Inteira – R$ 50,00 / Meia – R$ 25,00 / Crianças até 07 anos, mediante apresentação de documentação a entrada é gratuita. Compra pelo site www.institutoricardobrennand.org.br ou na bilheteria.
Mais informações: (21) 2121.0365/0334

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