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João Campos: “O Brega é um patrimônio nosso”

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Foto: Marcos Pastich

Música, emoção, realização de sonhos, superação e trajetórias de vidas transformadas pelo Brega. Todas estas histórias subiram ao palco do Teatro do Parque, na Boa Vista, na noite desta segunda-feira (13), durante a 2ª edição do Prêmio Brega Awards, iniciativa que contou com apoio da Prefeitura do Recife. O  primeiro homenageado da noite foi o prefeito João Campos, escolhido por ter oficializado o ritmo como patrimônio imaterial da cidade, incentivando artistas, dançarinos, empresários e todas as cadeias produtivas cultural e econômica da capital pernambucana.

 

“É fundamental a gente reconhecer a nossa cultura, o nosso patrimônio cultural imaterial: o Brega. E que agora é reconhecido por uma lei sancionada em nossa cidade. Recife tem tradição no ritmo. Aqui, no Teatro do Parque, vemos a apoteose desse reconhecimento, de quem faz a cultura, de quem faz o Brega, desde o romântico ao brega funk, sendo motivo de alegria na nossa cidade”, destacou João Campos.

 

“Esse é um movimento que precisa ser naturalmente fortalecido, reconhecido e respeitado. A gente sabe o potencial cultural que Recife tem, que a periferia e a juventude têm. E precisamos compreender que uma cidade é feita de vários ritmos, de diversos formatos e linguagens diferentes. O Brega é um patrimônio nosso que tem, inclusive, ganhado destaque na cena nacional. Essa é uma grande potencialidade”, acrescentou o prefeito.

 

O Brega Awards contou com 19 categorias que incluem os melhores MCs, cantores, dançarinos, ballets, bandas, produtores musicais, assim como categorias relacionadas à internet. E ainda, prêmios focados em produtos artísticos, como melhores músicas, clipes e DVDs. Cada vencedor recebeu um troféu que consiste em um exemplar dourado do Juliet, modelo de óculos popular entre os jovens da periferia.

 

O Teatro do Parque foi palco de apresentações de sucessos do Brega, nas vozes de Conde Só Brega, Michelle Melo, Dany Miller, Dayanne Henrique, DJ Bregoso, entre outros. Atento aos ícones do movimento e às apresentações que renovam o estilo musical, o secretário de Cultura do Recife, Ricardo Mello, destacou o poder de influência do ritmo nas periferias. “Nós vemos hoje uma demonstração de força do movimento Brega e a gente vem de um histórico muito longevo do que já representa o Brega na cultura recifense. Um Brega capaz de se renovar permanentemente com várias expressões e manifestações ligadas ao mesmo movimento. Esse é um ritmo que envolve música, produção, dança, descobertas e aprendizados para a juventude que entra na carreira musical inspirada pelos ícones do Brega”, pontuou o secretário.

 

“Hoje é uma noite muito especial e simbólica para gente, sobretudo para a juventude que vem da periferia. Eu me sinto muito contemplado, porque eu cresci na favela, cresci em um contexto em que as pessoas sempre estigmatizaram e tiveram um preconceito muito forte com o brega funk. A gente olhar, no Teatro do Parque, toda essa galera do brega funk, que a gente sabe que é representada por uma juventude preta e periférica, é muito simbólico. Quero agradecer muito ao prefeito por poder enxergar a potência da juventude e poder fortalecer a cultura da nossa cidade”, compartilhou o secretário-executivo de Juventude do Recife, Marcone Ribeiro.

 

PATRIMÔNIO – Em julho deste ano, o prefeito do Recife, João Campos, sancionou lei que declara o movimento brega Patrimônio Cultural Imaterial do Recife. Com a iniciativa, a gestão municipal busca fortalecer um ritmo que é tão característico em todas as regiões da cidade, embalando a vida de milhares de pessoas de todas as classes socioeconômicas. De acordo com o texto da lei, “essa é uma forma de incentivar e valorizar os artistas, dançarinos, empresários e todos aqueles que direta ou indiretamente contribuem com o cenário econômico e cultural da cidade do Recife”.

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