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Juiz Carlos Roberto Gomes de Oliveira Paula – Foto: blog do Gilberto Léda.

 

Um juiz do Maranhão, Carlos Roberto Gomes de Oliveira Paula, abriu mão dos 30 dias adicionais de férias, para além dos 30 dias de descanso remunerado assegurados a todos os trabalhadores.

 

O juiz auxiliar de entrância final Roberto de Oliveira Paula é o mesmo magistrado que já havia renunciado, em 2017, a penduricalhos e regalias como os auxílios moradia, alimentação, saúde e livro, outros privilégios pagos aos membros da magistratura.

 

Ele também se recusou a receber, em 2019, a chamada “licença-prêmio por assiduidade”, outra regalia da magistratura. “Nunca é tarde demais pra fazer a coisa certa”, declarou, à época.

 

A conduta exemplar recebeu críticas dos colegas da Associação dos Magistrados do Maranhão, que chegou a definir a atitude de Roberto de Paula como “pura hipocrisia” por rejeitar tantas regalias e privilégios.

 

Ele agora também não quer exercer o “direito” de gozar 30 dias adicionais de férias, conforme consta do requerimento que apresentou ao Tribunal de Justiça do Maranhão, revelado pelo blogueiro Gilberto Léda.

 

No documento, o juiz chama de “privilégios inadvertidos da carreira”, como as férias de 60 dias:

 

– “Há tempos este magistrado reflete sobre o impasse ético gerado por algumas prerrogativas da magistratura, que, quando analisadas no contexto de desigualdade socioeconômica do país, evidenciam privilégios inadvertidos da carreira. Um dos pontos que causava incômodo, e hoje se torna certeza em minha consciência, é a inadequação da concessão de férias de sessenta dias”.

 

“Na oportunidade, renuncio à disponibilidade de 60 dias de férias, assim como ao percentual excedente do terço constitucional que ultrapasse este período”, afirmou.

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